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quarta-feira, julho 20, 2005

sugestão para férias 

Tenho uma relação ambivalente com a estupidez humana. Quanto à minha própria, ela deixa-me roído em privado mas disfarço-a bem em público graças a uma pose decidida e a uns razoáveis dotes de comunicação. Quanto à estupidez de terceiros, aí é outra história. Se me afecta pessoalmente, a mim ou aos meus próximos, irrita-me, tira-me do sério, torna-me colérico. Se não me afecta directamente e passa ao largo, sem causar catástrofes humanas ou naturais, então é diferente. Aí já desperta o meu sentido estético.
Pois a estupidez humana pode ser algo de muito belo, grandioso, original, único. Deixada à solta, convencida apenas de si própria, a estupidez humana agiganta-se, ensoberbe-se, torna-se magnífica na sua grotesca auto-satisfação. É um espectáculo belíssimo, por vezes tocante, assistir ao vivo a um praticante desta modalidade da razão humana a realizar-se plenamente, a atingir o supremo grau de felicidade tornado possível unicamente pelo mero exercício desta sua preciosa capacidade.
Podia aqui citar-vos exemplos da minha lista particular de Grandes Estúpidos e Grandes Estupidezes mas não vou fazê-lo pois isso fugiria ao carácter pacífico e cristão deste meu humilde blogue.
Vou contudo abrir uma excepção pelo facto do meu amigo CC me ter posto hoje na pista de um site que é um exemplar magnífico do que acabei de falar. Durante a minha hora de almoço estive a percorrê-lo com deleite e proveito. Chamam-se apropriadamente PensaBem, consideram-se a terra dos homens livres (!) e são perfeitos. Como vou passar a acompanhar de perto a sua fascinante forma de ver o mundo, vou pendurá-los na minha sala de links, bem ao lado dos ateus para sua irritação mútua e nossa diversão.
Bem hajas, CC!

segunda-feira, julho 11, 2005

Unum non sufficit orbis 

A Maria da Conceição, clemente e compassiva, aguenta hoje galhardamente e bem a propósito, a edição de 2ªfeira da Terra.

sexta-feira, julho 08, 2005

Crash (re-post, infelizmente) 

"Vocês amam a vida, nós amamos a morte." (Omar Bakri, sheik do Londonistão)
"Temos sobretudo que entender as razões profundas de tudo isto." (Mário Soares, senador-mor do Reino, consciência da Pátria)

É bem verdade que o amor ao ódio, à morte, não é exclusivo deles. Existiu entre nós, e continua a existir, pronto a despontar à primeira oportunidade. Mas temos que nos dar a nós próprios o crédito de termos aprendido que esse ódio, esse desejo de morte, não são dignos da nossa condição humana. Dois milénios de cristianismo, cinco séculos de humanismo, dois séculos de democracia, até século e meio de socialismo, acabaram por nos ensinar a nós, os deste lado, que a vida, a tolerância, o bem comum, o respeito pelo indivíduo são valores fundamentais. É certo que houve e haverão recaídas, é certo que o individualismo redundou em egoísmo. Mas, caramba, não menosprezemos os nossos valores, não entreguemos os nossos ombros para arcar com todas as culpas do mundo. Não desculpemos aos outros aquilo que não perdoamos a nós próprios.
O que Cristo nos ensinou foi que não devemos ver o argueiro no olho do outro em vez da trave que está no nosso. Não disse para ignorarmos a trave quando ela está no olho do outro. Temos de ser justos e rectos mas não apenas connosco próprios. A nossa (má) consciência de seres morais não deve obliterar a visão da realidade à nossa volta.
E essa realidade é que há quem nos queira destruir não pelo que lhes fizemos ou fazemos mas simplesmente pelo que somos. Há quem nos queira destruír apenas porque aqueles valores que tanto prezamos e pelos quais tantos deram a vida, esses valores lhes são intoleráveis. Podemos não ser grande coisa mas não nos deixemos levar assim para o altar do sacrifício. Sobretudo porque desse sacrifício, diferentemente do Outro, não sairá redenção para ninguém. O Cordeiro de Deus foi sacrificado por nós porque assim Ele o quis e para que nós assim O víssemos. Não foi comido por lobos ferozes numa vereda escura.

segunda-feira, julho 04, 2005

Sinto-me um bocado necrófilo mas que se lixe. 


O que é que esta Terra tem que é diferente das outras? 

Move-se apenas às quartas-feiras, com brilho considerável. E também às segundas-feiras, com um brilho ainda maior.

Epitáfio do Barnabé segundo um barnabita 

Não usemos de paninhos quentes: o Barnabé acaba minado pelo sectarismo, mas não é essa a prova última e definitiva de que este é um blog verdadeiramente de esquerda e genuinamente português? (Celso Martins)

Eis finalmente algo em que estou de acordo com eles. Mas eu, também português e também sectário, não deixarei de ter saudades deste meu pet hate blogosférico. Sobre a forma como aquilo acabou, ia agora dizer mais uma coisa mas não digo. Afinal não passo dum anónimo.

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