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quarta-feira, julho 22, 2009

interrompo prolongado silêncio para um tempo de antena 

Católicos do meu bairro, cristãos em geral, portugueses!

Quase todos nós, excepto talvez o Miguel, sofremos pela falta de representação política, não digo da nossa fé, mas da visão do mundo que dela decorre. Nem aqui à direita nem aí à esquerda se descortina um sacana dum partido ou mesmo dum político que pense, diga e faça coisas que são coerentes com aquilo em que acreditamos. Uns dizem e não fazem, outros pensam mas não dizem, outros fazem e não pensam. Uma merda, que nos torna cínicos e descrentes, ácidos e apáticos.
Pois há coisa de um mês fui jantar a casa duns amigos meus que, à revelia dos vinte e tal convidados, completamente a frio, nos impingem uma aparente estopada. Um tal de Rui Marques, presidente dum tal MEP, fosse lá o que isso fosse, iria dirigir-nos umas palavrinhas a seguir ao jantar! Fiquei super lixado logo que o vi e me apercebi da traição, puz logo a mão à carteira, olhei furioso para a dona da casa que estava a tremer só de ver a nossa reacção, aproximei-me da porta e só me acalmei depois de ter levado uma valente biqueirada da minha mulher na barriga da perna. Tive de me acalmar mas quase nem comi, por pura indignação.
Estava eu ainda a debicar o abade de priscos quando se levanta o dono da casa, a reluzir de satisfação, anunciando que tinha lido um livro do tal Rui Marques, livro esse chamado «Esperança em Movimento», que o tinha tocado tanto como o Audacity of Hope do Obama (!) após o que não descansou enquanto não o conheceu e pode oferecer-lhe o seu apostolado, o grande sacana.
Pois o tal Marques levantou-se, olhou para uma assistência que oscilava entre o gélido e o condescendente, passando pelo ultrajado (eu e mais 2 ou 3), e começou a falar. E que bem o homem falou! Tudo o que eu escreva não lhe fará justiça. Aliás mesmo o que ele próprio escreve também não o fará. Não é fácil falar duma «ideologia da esperança» sem parecer um pouco ridículo; escrevê-lo ainda é mais difícil. O que me interessa é que o bom homem falou que se fartou da esperança, uma virtude sem a qual não podem existir as outras duas, e falou do quão essencial que a esperança é, sobretudo hoje e neste país que nos parece ser uma merda mas que o é sobretudo por nossa causa.
Enfim, a coisa tocou-me e gostei imenso de ouvir o Rui Marques. Tanto que, na próxima opotunidade, não há cá Manela nem Paulo nem Zézito nem muito menos Francisquinho, vou mas é votar no MEP! E não é por causa da Laurinda Alves!
O problema é que isto só entra na cabeça dum gajo sério como nós somos se fôr por nós ouvido ao vivo e a côres. E isto não passa na TV nem na rádio nem na cassete pirata. Por isso, malta, deixo-vos um desafio: esqueçam o fórum estudante e o lusitânia expresso, ouçam o Rui Marques, vão ao site do MEP, comprem-lhe o livro, vão às sessões deles, escrevam cartas ao Público e ao 24horas a pedir mais cobertura e depois digam-me-lá se este tipo é ou não é um cristão como deve ser, que para viver aquilo em que acredita decidiu meter as mãos na massa e logo na massa mais suja e abrasiva que pode existir.
CC, ó meu comuna honesto, tu que vês com tristeza a esterilidade do teu voto na CDU, ouve o MEP, pá! Vais ver que aquilo te soará a S.Lucas.
Malta, não pensem que estou a brincar porque estou a falar a muito a sério. Vamos pôr o Rui Marques em S.Bento. Antes ele que o Hugo Velosa, o Hélder Amaral, o Afonso Candal, a Helena Pinto, a Sónia Sanfona, a Luísa Mesquita, o gajo de quem não malembra o nome, que é da CDU ou dos Verdes, um rapazito com carrapito, óculos redondos e ar macilento.
Ponham o MEP no vosso radar. Prestem-lhe atenção. Googlem-no. Escutem-no. E poderemos ainda talvez salvar a Pátria.
Vivó MEP!

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