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terça-feira, junho 27, 2006

free Mumia 

Uma vez escravo, escravo para sempre.

Durante anos a fio andei preso. Preso por uma situação de que não fugi. Preso por circunstâncias de que achei ser meu dever não fugir. Preso de algo em que entrei livre, sabendo ao que ia. Durante esses anos deixei essa prisão entrar na minha vida, condicionando-a, diminuindo-a e diminuindo também as vidas dos que estão ao meu lado. Todos os dias acordava e lá ia eu partir pedra. E quanto mais pedra partia mais pedra parecia haver. Tomei até o gosto em a partir. Aprendi qual o melhor ângulo e o melhor impulso. Aprendi a ser a água mole na pedra dura. Aprendi também a amar todos aqueles como eu, os condenados a partir pedra para não serem esmagados por ela. Compreendia-os e eles compreendiam-me, chegávamos a rir da nossa sorte, discutíamos a técnica, sonhávamos com a saída dali, qualquer que fosse. Inevitavelmente, tomei até um certo orgulho na situação. Um orgulho de aceitar galhardamente a minha canga, logo eu, bovino a quem foi prometido o livre uso dos mais verdes prados, aceitei continuar a carregar toda aquela pedra, por sítios e tempo indeterminados.
Pois durante todos esses anos, andei e corri em círculos, fechados como são os círculos, desesperando por uma saída. E tive-a, finalmente, melhor do que ousara esperar. Aproveitei-a, claro, pois aproveito sempre tudo, e saí cá para fora. Fiquei então livre, abonado, na maior. Achando que finalmente estava livre, que agora é que vai ser, que agora sim, vou pastar, espairecer, pensar, usar, correr em linha recta para ver até onde vai. O caraças. A verdade é que passado poucos meses estando cá fora, volto a pensar na prisão e que nem era assim tão mau saber tanto o que se tinha para fazer. E, pior ainda, olho para a montanha enorme que está mesmo à minha frente e penso em como eu saberia tão bem partir aquela pedra toda.

segunda-feira, junho 12, 2006

Parece-me que o Eclesiastes era um pessimista 

Afinal, sempre há algo de novo debaixo do sol. Recomendo especialmente a morte do consultor viajante.

quarta-feira, junho 07, 2006

olá cá estou eu 

Apenas para avisar que hoje fui à terra, onde não ia já 16 (dezasseis) semanas. E 59 (cinquenta e nove) semanas foi exactamente o tempo que demorei a perceber finalmente que habemus papam.
Entretanto e já que passei por aqui dei uma volta por aí e tenho umas coisas para pôr em dia:

- fez 3 anos há uns tempos a Cibertúlia do Miguel Marujo, o celebrado autor do e Deus criou a mulher.

- o CC, esse homem fatal, do saudoso partículas elementares , alojou-se com o Afonso na Baixa Autoridade.

- esta é bem triste: a MC fechou o seu jardim, que era um dos sítios mais agradáveis para se ir. Mas parece que ela se manterá online. Deus queira que sim.

- dois blogues da teosfera que estão em grande: o do Vítor, cristão sem mácula, o do Manel do Adro

- também em grande anda o João Leal na small church

- ah, as jacarandás!

- um ponto de vista novo, com o sol aos quadradinhos. Muito bom.

E agora duas coisas importantíssimas:

- um apelo: ausentou-se de sua casa um indivíduo arquitecto, de aspecto estrangeirado, com pronúncia peculiar (carrega nos rrrr). Foi visto pela última vez, há duas semanas num certo e determinado lugar que agora não interessa aqui referir. Dão-se alvíssaras a quem der informações do indivíduo em questão. Não é perigoso.

- um agradecimento: a uma certa e determinada Zazie, a quem o JPP lançou tão injusto anátema e que é para mim prova viva de que o eduquês é possível: a malta aprende e diverte-se à brava. É verdadeiramente something completely different. Bem hajas, mulher.


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