segunda-feira, setembro 25, 2006
derretimento global
Nouvelle Vague - Eisbaer
Ich möchte ein Eisbär sein
Im kalten Polar
Dann müßte ich nicht mehr schrei´n
Alles wär so klar
Ich möchte ein Eisbär sein
Im kalten Polar
Dann müßte ich nicht mehr schrei´n
Alles wär so klar
Eisbär, Eisbär
Kaltes Eis, kaltes Eis
Ich möchte ein Eisbär sein
Im kalten Polar
Dann müßte ich nicht mehr schrei´n
Alles wär so klar
Eisbären müssen nie weinen
Eisbären müssen nie weinen
Eisbären müssen nie weinen
Eisbären müssen nie weinen
Ich möchte ein Eisbär sein
Im kalten Polar
Dann müßte ich nicht mehr schrei´n
Alles wär so klar
Ich möchte ein Eisbär sein
Im kalten Polar
Dann müßte ich nicht mehr schrei´n
Alles wär so klar
Eisbär, Eisbär
Kaltes Eis, kaltes Eis
Ich möchte ein Eisbär sein
Im kalten Polar
Dann müßte ich nicht mehr schrei´n
Alles wär so klar
Eisbären müssen nie weinen
Eisbären müssen nie weinen
Eisbären müssen nie weinen
Eisbären müssen nie weinen
TimTim
Fez ontem 3 anos que o Timóteo, esse indivíduo de mistério, começou a emitir, primeiro Steinbeck, depois timshel. Um blogger do caraças, um compincha, um patrício. Dois senões apenas: as bizarras enfatuações por Pet Shop Boys e Hugo Chávez!
Uma das suas primeiras postas mantém-se fresquíssima:
"(...) o insulto está directamente relacionado com a inteligência e a segurança e as palavras "filho de uma cadela" só ferem quem não estiver seguro acerca da mãe." (O Inverno do nosso descontentamento, pag. 31)
"(...) o insulto está directamente relacionado com a inteligência e a segurança e as palavras "filho de uma cadela" só ferem quem não estiver seguro acerca da mãe." (O Inverno do nosso descontentamento, pag. 31)
Um abraço para ti, pá! *
* e para o atentíssimo Cbs
sexta-feira, setembro 22, 2006
their Master´s voices
Hoje apeteceu-me pôr aqui o Eddie Vedder e o Nusrat Fateh Ali Khan a cantarem juntos uma coisa bem esgalhada: «the long road». É longa a música e é longo o caminho, sem dúvida nenhuma. Mas Deus andou por ali.
quinta-feira, setembro 21, 2006
compreender o Outro
Lia-se anteontem na ecclesia:
Vaticano lamenta «leituras precipitadas» das palavras do Papa
O novo Secretário do Vaticano para as Relações com os Estados, D. Dominique Mamberti, disse hoje que "foi feita uma leitura precipitada" do discurso pronunciado pelo Papa na Universidade de Regensburg, que provocou uma dura reacção do mundo muçulmano. O Arcebispo marroquino considera esta leitura a principal razão das polemicas com o Islão, segundo declarou em entrevista à Radio 24 (IlSole24ore) da Itália. "Uma das minhas prioridades, assim que regressar a Roma, em Outubro, será levar o diálogo (com o Islão, ndr) por diante", disse D. Mamberti. "A diplomacia é, justamente, tentar compreender as razões do outro e fazer com que o outro entenda as nossas próprias convicções", frisou.
Vaticano lamenta «leituras precipitadas» das palavras do Papa
O novo Secretário do Vaticano para as Relações com os Estados, D. Dominique Mamberti, disse hoje que "foi feita uma leitura precipitada" do discurso pronunciado pelo Papa na Universidade de Regensburg, que provocou uma dura reacção do mundo muçulmano. O Arcebispo marroquino considera esta leitura a principal razão das polemicas com o Islão, segundo declarou em entrevista à Radio 24 (IlSole24ore) da Itália. "Uma das minhas prioridades, assim que regressar a Roma, em Outubro, será levar o diálogo (com o Islão, ndr) por diante", disse D. Mamberti. "A diplomacia é, justamente, tentar compreender as razões do outro e fazer com que o outro entenda as nossas próprias convicções", frisou.
Sinto sempre ser meu dever dar a minha contribuição para a compreensão do Outro. Fui pois respigar umas coisitas e encontrei isto, à atenção do D.Mamberti. É uma homilia dum tal sheikh Ibrahim Mudeiris transmitida pela TV da Autoridade Palestiniana:
Dir-me-ão que não podemos avaliar esta prédica anti-judaica desconsiderando o enorme e absurdo sofrimento do povo palestiniano. Concordo plenamente. Que é uma tentativa para manter o ânimo do povo crente, dele tão precisado. Será certamente. Mas repare-se que a arenga deste suavíssimo prelado vai sempre em crescendo e termina num verdadeiro êxtase espiritual:
«Nós dominámos o Mundo antes e, por Allah chegará o dia em que dominaremos o mundo novamente. Chegará o dia em que dominaremos a América. Chegará o dia em que dominaremos a Inglaterra e o mundo inteiro – excepto os Judeus. Os Judeus não gozarão de uma vida tranquila sob o nosso jugo pois são traiçoeiros por natureza, como o foram ao longo de toda a História. Chegará o dia em que tudo ficará liberto dos Judeus – até as pedras e árvores que foram danificadas por eles. Escutem o Profeta Maomé que vos falou àcerca do funesto fim que aguarda os Judeus.»
Talvez o Paléologo tenha até alguma razão, afinal...
segunda-feira, setembro 18, 2006
ai islândia, islândia
Como muito bem diz o Cbs , já não há pachorra para estes gajos. Cada vez que alguém, no Oriente ou no Ocidente, exerça em voz alta um pouco de consciência crítica sobre o Islão, aparecem-nos logo na televisão e nos jornais turbas e turbas de mirmidões façanhudos ameaçando de coisas tenebrosas os blasfemadores até à sua sétima geração bem como os seus vizinhos até ao décimo quarteirão. Mesmo admitindo como certos o habitual empolamento pelos media destas eflorescências de fervor islâmico, bem como o habitual empolgamento da rua islâmica pelos pregadores de esquina, começa realmente a ser irritante ver, por coisas mínimas, tanta veste rasgada, tanta alma afrontada, tanta retórica esganiçada. E mais irritante ainda é ver o ar timorato com que, para cá do Jordão, se observa toda esta agitação muçulmana. E ver que, como sempre, se gosta de invocar cretinices de fora para aqui se acertarem contas em mora.
Tivemos por exemplo, debaixo do Sol, o lúcido e venerando Miguel Portas, habitualmente tão secular e fracturante, aconselhando desta vez prudência ao azougado Papa Bento, sussurrando que «não estamos em altura de atirar lenha para a fogueira». Porque será que este varão, que invoca sempre que pode as fogueiras da Inquisição extintas já há 250 anos, não arremete bravamente a apagar essas novas fogueiras que esses outros crentes querem agora acender? Será que aje assim por delicada atenção aos possuidores de acções da BP ou de fundos do JP Morgan, que teme ver afectados patrimonialmente pela incontrolável agitação árabe? Não será certamente por isso. O Miguel, como muitos, prefere ver o argueiro no olho do seu vizinho de patamar do que tudo o resto: a trave no seu próprio olho e a viga nas mãos do cobrador que anda arrufado com esse vizinho. Não é defeito, é feitio...
Muito pior, fui surpreendido ontem no Telejornal RTP pelo bom Frei Bento Domingues, que habitualmente me apascenta aos Domingos no Público, e de quem retenho sempre uma suave e honesta maneira de ser cristão e católico. Já se sabia que Frei Bento mantém uma longa e áspera desavença de cariz teológico mas também profissional com o Cardeal Ratzinger. Mais áspera ainda pela natural razão de ser unilateral – tanto quanto sei nunca as heterodoxas opiniões do Frei Bento (com muitas das quais concordo, aliás) foram punidas ou censuradas pela hierarquia ontem vigiada e hoje encimada pelo Papa Bento. Pois tive muita pena em constatar ontem a evidência de que o ressentimento provocado por essa desavença anda a tolher o discernimento do Frei Bento quando fala do Papa Bento, agora a propósito da inflamada reacção de auto-denominadas vozes autorizadas do Islão à sensata lição de Ratisbona. É que o Frei Bento, excitadíssimo, disse-nos coisas extraordinárias que vou tentar transcrever. Que a Igreja não pode permitir que o seu Papa se pronuncie sobre estes assuntos tão delicados! Que o Papa não falou como Papa mas como professor, esquecendo-se talvez de que era Papa! E finalmente, inevitavelmente, que o Papa que invoca agora a violência original do Islão é o mesmo que como Prefeito da Congregação da Doutrina e da Fé abafou a Teologia da Libertação! No meio de tudo isto, que admito estar a citar imperfeitamente, lá ia dizendo que concordava absolutamente com Bento XVI sobre a incompatibilidade entre a violência e a Fé. Foi triste.
Sobretudo porque logo a seguir, já não sei em que canal, pude assistir a um qualquer ayatollah iraniano, com o usual look patibular, trovejando que «o que o papa devia fazer era prostrar-se diante dum alto clérigo islâmico para assim compreender finalmente o que é o Islão!» (sic). Touché! E andam o Papa e o Vaticano, à rasquíssima, a dizer (aliás com razão) que tudo aquilo foi mal interpretado, que tinha sido o imperador Miguel II Paleólogo, há 600 anos, que falou sobre o tal mandamento de Maomé de impor ao mundo a sua fé, nem que seja pela espada. E que lamentam imenso a perturbação causada nas almas dos crentes muçulmanos, e vem agora aquele poderoso homem de Deus confirmar que é assim mesmo, sim senhor, que mais do que desculpas o que aquela gente exaltada verdadeiramente quer é submissão, a Deus e sobretudo a eles, seus representantes na Terra.
E o mais triste, para mim adepto incondicional do diálogo entre religiões, admirador das saudosas civilização e mística islâmicas, não sabendo embora o que representa esta tenebrosa gente nessa realidade tão fluida como é o Islão, o mais triste é relembrar que a matriz fundadora do Islão foi de facto um movimento político e militar liderado por um grande místico mas também um grande político que consegiui unificou a Arábia e fez com que ela conquistasse mais tarde metade do mundo – foram as suas espectaculares vitórias militares que convenceram Meca de que Deus, o Senhor dos Exércitos, estava verdadeiramente com ele, o seu Profeta. Hoje, milénio e meio depois, já depois do islamismo se ter tornado e ter deixado de ser um catalizador civilizacional, já depois do cristianismo ter embarcado e desembarcado dessa sacrílega teoria da guerra santa e ungidora, vê-se gente tão tremendamente estúpida a seguir estrepitosamente numa deriva desumana e por isso, contra o Deus que tanto invocam.
Mas mesmo o mais triste de tudo foi eu ter encontrado consolação apenas nas palavras de Vasco Pulido Valente, essa irritante Cassandra profissional. Vale a pena citá-las, do Público de ontem:
O papa já lamentou o equívoco mas não pediu desculpa. Nem pelo incidente, fabricado pelo fanatismo e a ignorância, nem pelo teor geral da conferência de Ratisbona. Ratzinger insistiu que a fé não é separável da razão e que agir «irracionalmente» contraria a natureza de Deus. (...) desde o princípio (desde Orígenes, por exemplo) se construiu sobre a fé cristã um dos mais sublimes monumentos à razão humana e que o Ocidente, apesar da «Europa», não existiria sem ele. A fé muçulmana não produziu nada remotamente comparável e, durante quinze séculos, sustentou uma civilização frustre e parada. A conferência de Ratisbona reafirmou a essência do cristianismo. Se o Islão se ofendeu, problema dele.
Tivemos por exemplo, debaixo do Sol, o lúcido e venerando Miguel Portas, habitualmente tão secular e fracturante, aconselhando desta vez prudência ao azougado Papa Bento, sussurrando que «não estamos em altura de atirar lenha para a fogueira». Porque será que este varão, que invoca sempre que pode as fogueiras da Inquisição extintas já há 250 anos, não arremete bravamente a apagar essas novas fogueiras que esses outros crentes querem agora acender? Será que aje assim por delicada atenção aos possuidores de acções da BP ou de fundos do JP Morgan, que teme ver afectados patrimonialmente pela incontrolável agitação árabe? Não será certamente por isso. O Miguel, como muitos, prefere ver o argueiro no olho do seu vizinho de patamar do que tudo o resto: a trave no seu próprio olho e a viga nas mãos do cobrador que anda arrufado com esse vizinho. Não é defeito, é feitio...
Muito pior, fui surpreendido ontem no Telejornal RTP pelo bom Frei Bento Domingues, que habitualmente me apascenta aos Domingos no Público, e de quem retenho sempre uma suave e honesta maneira de ser cristão e católico. Já se sabia que Frei Bento mantém uma longa e áspera desavença de cariz teológico mas também profissional com o Cardeal Ratzinger. Mais áspera ainda pela natural razão de ser unilateral – tanto quanto sei nunca as heterodoxas opiniões do Frei Bento (com muitas das quais concordo, aliás) foram punidas ou censuradas pela hierarquia ontem vigiada e hoje encimada pelo Papa Bento. Pois tive muita pena em constatar ontem a evidência de que o ressentimento provocado por essa desavença anda a tolher o discernimento do Frei Bento quando fala do Papa Bento, agora a propósito da inflamada reacção de auto-denominadas vozes autorizadas do Islão à sensata lição de Ratisbona. É que o Frei Bento, excitadíssimo, disse-nos coisas extraordinárias que vou tentar transcrever. Que a Igreja não pode permitir que o seu Papa se pronuncie sobre estes assuntos tão delicados! Que o Papa não falou como Papa mas como professor, esquecendo-se talvez de que era Papa! E finalmente, inevitavelmente, que o Papa que invoca agora a violência original do Islão é o mesmo que como Prefeito da Congregação da Doutrina e da Fé abafou a Teologia da Libertação! No meio de tudo isto, que admito estar a citar imperfeitamente, lá ia dizendo que concordava absolutamente com Bento XVI sobre a incompatibilidade entre a violência e a Fé. Foi triste.
Sobretudo porque logo a seguir, já não sei em que canal, pude assistir a um qualquer ayatollah iraniano, com o usual look patibular, trovejando que «o que o papa devia fazer era prostrar-se diante dum alto clérigo islâmico para assim compreender finalmente o que é o Islão!» (sic). Touché! E andam o Papa e o Vaticano, à rasquíssima, a dizer (aliás com razão) que tudo aquilo foi mal interpretado, que tinha sido o imperador Miguel II Paleólogo, há 600 anos, que falou sobre o tal mandamento de Maomé de impor ao mundo a sua fé, nem que seja pela espada. E que lamentam imenso a perturbação causada nas almas dos crentes muçulmanos, e vem agora aquele poderoso homem de Deus confirmar que é assim mesmo, sim senhor, que mais do que desculpas o que aquela gente exaltada verdadeiramente quer é submissão, a Deus e sobretudo a eles, seus representantes na Terra.
E o mais triste, para mim adepto incondicional do diálogo entre religiões, admirador das saudosas civilização e mística islâmicas, não sabendo embora o que representa esta tenebrosa gente nessa realidade tão fluida como é o Islão, o mais triste é relembrar que a matriz fundadora do Islão foi de facto um movimento político e militar liderado por um grande místico mas também um grande político que consegiui unificou a Arábia e fez com que ela conquistasse mais tarde metade do mundo – foram as suas espectaculares vitórias militares que convenceram Meca de que Deus, o Senhor dos Exércitos, estava verdadeiramente com ele, o seu Profeta. Hoje, milénio e meio depois, já depois do islamismo se ter tornado e ter deixado de ser um catalizador civilizacional, já depois do cristianismo ter embarcado e desembarcado dessa sacrílega teoria da guerra santa e ungidora, vê-se gente tão tremendamente estúpida a seguir estrepitosamente numa deriva desumana e por isso, contra o Deus que tanto invocam.
Mas mesmo o mais triste de tudo foi eu ter encontrado consolação apenas nas palavras de Vasco Pulido Valente, essa irritante Cassandra profissional. Vale a pena citá-las, do Público de ontem:
O papa já lamentou o equívoco mas não pediu desculpa. Nem pelo incidente, fabricado pelo fanatismo e a ignorância, nem pelo teor geral da conferência de Ratisbona. Ratzinger insistiu que a fé não é separável da razão e que agir «irracionalmente» contraria a natureza de Deus. (...) desde o princípio (desde Orígenes, por exemplo) se construiu sobre a fé cristã um dos mais sublimes monumentos à razão humana e que o Ocidente, apesar da «Europa», não existiria sem ele. A fé muçulmana não produziu nada remotamente comparável e, durante quinze séculos, sustentou uma civilização frustre e parada. A conferência de Ratisbona reafirmou a essência do cristianismo. Se o Islão se ofendeu, problema dele.
Ugh.